segunda-feira, 31 de outubro de 2011

SANTA APOLÓNIA À RASQUINHA


Mais uma jornada de trabalho finda, uma manhã soalheira e tranquila de Segunda-feira deste último dia de Outubro de 2011, véspera da noite das bruxas e do dia de Todos os Santos.
Em silêncio, pensando e observando o borbulhar da cidade, repleta de turistas, espanhóis, franceses e outros europeus, enfim, Lisboa cada vez mais uma cidade cosmopolita.
Belém, Cais do Sodré, Praça do Comércio e finalmente Santa Apolónia, são 11H00, aflito para expulsar “águas”, dirigi-me ao wc o mais lesto que podia, e fico barrado por um pórtico e dois torniquetes, uma placa anunciando o pagamento de cinquenta cêntimos para aceder ao espaço dos aflitos.
Desta forma, se combate a crise de uma das entidades públicas que mais prejuízo dá ao Estado, a crise e incoerência de um Estado amorfo, onde o bom senso já não impera.
Pergunto, quanto custou o pórtico, os torniquetes e a montagem?
Daqui a quanto tempo o investimento terá pago?
Será que terá utilizadores?
Eu, por muito urgente que fosse o caso, e era, preferi pagar um café, e utilizar o wc do estabelecimento comercial ali logo ao lado.
Mais um acto de gestão que nos orgulha, ou nem por isso.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ACORDAR PARA O AMANHÃ



A escassez é um dado adquirido na nossa civilização, durante largos anos vivemos acima das nossas possibilidades, consumistas compulsivos, muito para além do rendimento produzido.
Para isso contribuiu taxas de juros atractivas, facilidade de crédito, um manancial sobejamente conhecido, carros novos, casa nova e para muitos segunda casa, férias no estrangeiro, na Páscoa, no Natal, no Verão, pontes, etc.
Atribuição de regalias para os funcionários públicos, algumas roçando mesmo a obscenidade, exemplos não faltam, e agora…o que fazer?
Nos próximos anos, o panorama é triste, acesso ao crédito limitado, desemprego, carga tributária elevada, menor rendimento disponível, simultaneamente exige-se mais trabalho, menos e melhor Estado.
Nesta perspectiva, com o endividamento do sector privado (famílias e empresas) e com o Estado a agonizar lentamente, de que vale reclamar, insurgir, lamentar, e pela praia fora!!
Lembro-me que os meus pais na década de 80, viviam com pouco, mas condignamente, felizes com as pequenas coisas, eu, ainda miúdo, frequentava a biblioteca itinerante da Gulbenkian, que uma vez por mês, fazia a felicidade dos rapazes e raparigas, com o descobrir dos livros.
Ainda hoje sou frequentador habitual de bibliotecas, existem em todo o lado, mas pouco concorridas, pois bem, não se pode viver futilmente, e em tempo de crise é uma boa forma de crescer sem gastar, de viajar através dos livros, habitando as histórias e os personagens. As crianças gostam de ouvir histórias, é uma forma da família se juntar, economicamente mais barato que ver televisão ou jogar playstation.
Bibliotecas, uma boa solução para a crise.